A igualdade de gênero nas Olímpiadas 2024
Sem dúvida, Paris 2024 possuiu como claro objetivo ser registrado na história do esporte como revolucionário, em destaque no que tange a igualdade de gênero. Esse marco estava tão explícito a ponto de um rosto feminino ter sido o emblema do maior evento do esporte mundial deste ano, representando uma conquista extremamente fundamental: a paridade de gênero dos atletas participantes, em que dos 10.500 atletas dos Jogos, foram 5.250 homens e 5.250 mulheres.
Além dessa característica visível e objetiva, houve outras transformações em relação a tentativa de obter maior igual participação na realização de Paris 2024, como o desenvolvimento de uma programação para os Jogos que garantisse o equilíbrio entre os gêneros para as sessões do “horário nobre” a fim de promover o esporte feminino para o público, principalmente para as meninas, assim como a renomeação de instalações esportivas com nomes de mulheres proeminentes para a promoção da visibilidade.
Entretanto, é necessário ressaltar que tais mudanças concretas refletem não apenas uma ideologia, mas principalmente transformações econômicas consequentes de rupturas de estereótipos, preconceitos e barreiras da participação feminina. Além disso, questões como reputação internacional devem ser citadas: o uso do rosto de Marianne como emblema, a personificação da Revolução Francesa, cujo “espírito francês revela a ambição de ser igualitária, partilhadora e generosa”, revela um discurso muito bonito, ressaltando os valores da tal revolução: “liberdade, igualdade e fraternidade”. Contudo, a junção deste com a medalha de ouro e a chama olímpica para formar o símbolo mostra também um grande desejo político, em destaque do presidente Macron, de chamar a atenção da comunidade internacional, ainda mais tendo em vista as eleições convocadas pelo mesmo. Para saber mais, leia a nossa Newsletter anterior!
Somando-se a isso, é inegável que infelizmente ainda há um longo caminho pela frente para ser percorrido até a plena equidade de gênero. Uma das maiores preocupações atualmente é a disparidade salarial, além da diferença na liderança esportiva, em que as mulheres ocupam apenas 27% dos cargos executivos nas federações esportivas internacionais.
Valorização do esporte: a saúde mental dos atletas nas Olimpíadas 2024
As Olimpíadas desenvolvem um papel fundamental na valorização do esporte em um país por meio de diversas abordagens, desde o aumento da visibilidade para diversas modalidades até o incentivo à prática esportiva. A valorização que este evento traz para o esporte no país vem desde os gastos que o país sede tem com infraestrutura para sediar as competições, e que acaba por se tornar um investimento direto na infraestrutura do país, como foi o caso da limpeza do Rio Sena nas Olimpíadas de Paris, mas há outras forma com que o Governo pode valorizar o esporte, como a cessão de bolsas atleta para que os atletas possam se dedicar exclusivamente à sua modalidade.
Além disso, as Olimpíadas fomentam uma cultura de apoio e reconhecimento de diversas modalidades que não costumam ser o foco nos países, como é o caso do futebol no Brasil. Nesse contexto, é preciso frisar a necessidade do investimento em esportes para que toda a população possa acessar, principalmente em comunidades vulneráveis, por meio de políticas públicas, programas sociais e de transferência de renda, promovendo, além de saúde e bem estar, inclusão social.
As Olimpíadas também possuem um forte papel no incentivo à prática esportiva pela população em geral, e já é comprovado que fazer esportes melhora a qualidade de vida e a saúde mental das pessoas, diminuindo os níveis de ansiedade e estresse. Apesar disso, as Olimpíadas também lançam luz sobre os desafios de saúde mental enfrentados por atletas de alto rendimento. A pressão para obter resultados, o intenso treinamento e a exposição midiática podem gerar estresse e ansiedade significativos. Ao abordar abertamente esses desafios, as Olimpíadas oferecem uma oportunidade para que a sociedade compreenda a importância da saúde mental no esporte, tanto para atletas quanto para a população em geral. Essa conscientização pode ajudar a combater o estigma relacionado à busca de ajuda psicológica, promovendo uma cultura esportiva mais saudável e equilibrada.
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