As Eleições Internacionais de 2024 🗳️#03 Newsletter Globalidades
O LAI Bertha Lutz preparou uma newsletter incrível para você se manter informado sobre os principais temas que podem cair em seu vestibular. A cada mês enviaremos um e-mail com as principais notícias do período, um aprofundamento de um macrotema que pode aparecer em questões e temas de redação, e, para finalizar, algumas questões de prova resolvidas para te ajudar a estudar! O tema desta edição será Eleições Internacionais em 2024, super atual e pode estar presente nos exames!
Acesse aqui a #02 edição com as notícias do mês de junho e o tema de Orgulho LGBT Internacional. Se cadastre aqui para receber.
Notícias do mês de julho
Atentado a Donald Trump 🔫
O ex-presidente do Estados Unidos, Donald Trump, foi alvo de um atentado durante seu comício no dia 13 de Julho. Ele foi ferido na orelha durante os disparos, mas logo foi escoltado pelos seguranças para fora do palco. Um participante do comício morreu e outros dois ficaram feridos. O atirador foi morto em seguida pelo Serviço Secreto dos EUA. Em um post na sua rede social, Tru Trump agradeceu o serviço secreto e outras forças de segurança, e ofereceu condolências às famílias do participante que foi morto. Segundo a imprensa americana, o atirador responsável ele era filiado ao Partido Republicano, conforme registros de eleitores. Entretanto, ele também fez em janeiro de 2021 uma doação de US$ 15 ao Progressive Turnout Project, grupo que apoia candidatos do Partido Democrata.
Julho de 2024 é o segundo mês mais quente já registrado ☀️
O Serviço de Alterações Climáticas Copernicus (C3S) da União Europeia divulgou que o mês de julho de 2024 foi o mês mais quente já registrado. O C3S tem um conjunto de dados que remonta a 1940, e os cientistas cruzam eles com outros números para confirmar os dados do período pré-industrial de 1850-1900. A vice-diretora do Serviço afirma que os efeitos das mudanças climáticas começaram bem antes de 2023 e continuarão até que as emissões globais de gases de efeito estufa atinjam o net zero.
Protestos e eleições na Venezuela 💣
Dia 28 de Julho ocorreram as eleições presidenciais da Venezuela, tendo uma conclusão favorável para o atual presidente Nicolás Maduro. O resultado foi divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e foi questionado pela oposição, que afirma que houve fraude e modificações dos números. A oposição denunciou que o CNE dificultou o fornecimento de cópias das atas de votação, espécie de boletim de urna, aos seus fiscais, como determina a lei. Desde então, protestos tomaram as ruas de Caracas e tem sido reprimidos violentamente, com centenas de presos e mais de 10 mortos.
Biden desiste da candidatura a presidente dos EUA e anuncia apoio a Kamala Harris 🤝
Joe Biden anunciou no dia 21 de julho que desistiu de concorrer à reeleição e apoia a sua vice-presidente Kamala Harris para liderar a chapa democrata. Tal desistência ocorre após pressões internas do partido e também de parte do eleitorado democrata, em destaque a partir do fim de junho, após o mau desempenho do presidente no primeiro debate presidencial, contra Donald Trump. Nesse contexto, a capacidade cognitiva de Biden foi colocada em dúvida, fato que junto de sua idade avançada, fez com que até Obama demonstrasse insegurança com o atual presidente, resultando em sua desistência da próxima corrida eleitoral.
Eleições Internacionais 2024 🗳️
Pelo menos 58 países realizarão eleições ao longo de 2024. A partir de 7 de janeiro, com a eleição legislativa em Bangladesh, até, ao menos, 7 de dezembro, momento em que os eleitores de Gana votam para presidente e para os congressistas. Dentre os pleitos deste ano, 46 definem o chefe do Executivo, sendo 30 para presidente e 16 para primeiro-ministro. Há ainda eleições para cargos de presidente com funções cerimoniais. O Brasil será o único com eleições 100% municipais.
Eleições Legislativas na França
As eleições legislativas de 2023 certamente marcaram a história política da França, já que nunca desde o fim da Segunda Guerra Mundial (quando o país foi ocupado pelos nazistas), a extrema-direita chegou tão perto de alcançar o poder no país. No primeiro turno das eleições, esse grupo político, notoriamente anti-imigração e eurocético, alcançou o primeiro lugar com 33% dos votos. Dessa forma, esse surpreendente resultado gerou um temor genuíno de vitória dos ultradireitistas, o que levou as outras duas principais forças políticas das eleições: os centristas do presidente Emmanuel Macron e os esquerdistas da Nova Frente Popular, a se unirem em uma chamada “frente republicana”, na qual ambos os grupos retiraram candidatos com menos chances de vencer para concentrar votos contra a extrema-direita.
Tal manobra se mostrou um sucesso, com a extrema-direita acabando somente em terceiro lugar com 88 das 577 cadeiras da Assembleia Nacional. Além disso, a esquerda saiu da votação como a vitoriosa, apesar de – da mesma forma que os centristas e a extrema-direita – não ter conseguido cadeiras suficientes para formar uma maioria no parlamento francês. Portanto, o país saiu dessas eleições com grandes incertezas políticas devido ao parlamento fragmentado, incapaz de alcançar consenso para aprovar leis importantes. Contudo, o avanço da extrema-direita na França não é um evento isolado e vem como mais um capítulo de uma tendência internacional, o que pode significar uma nova crise dos regimes democráticos pelo mundo.
Para além das alianças políticas, a mobilização da sociedade francesa foi importantíssima para a derrota da extrema-direita nessas eleições, as quais tiveram a maior participação de eleitores em 40 anos. Dentre as figuras públicas que quebraram o silêncio sobre o tema estão jogadores da seleção francesa de futebol, como o exemplo de seu capitão Mbappé, o qual pediu por diversas vezes que os jovens comparecessem às urnas para votar contra os extremistas, alertando ainda sobre um cenário catastrófico com a vitória desse grupo.
Apesar de aparentarem estar em mundos separados, a política e o esporte muitas vezes se encontram, como no caso de Mbappé. Não obstante, apesar de sediar grandes campeonatos esportivos, como os Jogos Olímpicos, ser uma grande honra para o país sede, o qual além de receber atenção do mundo todo, tem lucros consideráveis com o turismo, esses eventos trazem consigo muitos protestos associados ao grande grau de gastos públicos que poderiam estar direcionados para áreas como saúde e educação. Nesse sentido, da mesma forma que ocorreu no Brasil em 2016, as Olimpíadas de Paris geraram grande insatisfação contra o governo, o que favoreceu a retórica da extrema-direita nas eleições.
A alternância política na América Latina
A América Latina sofreu marcantes oscilações políticas durante as últimas três décadas. No final dos anos 1990, diversos países da região vivenciaram a chamada Onda Rosa, caracterizada pela ascensão de partidos de esquerda cuja agenda comum estava baseada na promoção de reformas sociais. Contudo, os países latino-americanos, individualmente, apresentavam fortes tendências político-ideológicas guiadas por governos neoliberais direcionados à busca de ascensão de novas classes sociais e partidos ao poder. A partir de meados dos anos 2010, esta tendência passou a se reverter. Diversos partidos de direita chegaram ao poder na região, dando início à Maré Azul, ou Onda Conservadora. O movimento, que é composto, portanto, pela vitória de ideais de direita nos processos eleitorais, demarca os atuais partidos e lideranças no poder. Desse modo, conclui-se que houve movimentos pendulares na região de um polo a outro do espectro político nesta última década.
Entretanto, o balanço da última “maratona eleitoral” na América Latina, com 15 eleições desde 2017, não sinaliza nenhuma espécie de guinada, ainda mais a partir de 2020, em que não há um rumo político único, e sim uma instabilidade crescente, envolvida em manifestações populares contrárias a quem quer que esteja no poder, seja de direita ou de esquerda. Em cinco das seis eleições que aconteceram em 2019 na região, os latino-americanos votaram para tirar o partido que estava no poder. Uma delas, a da Bolívia, nem chegou exatamente ao fim: diante de acusações de fraude, o presidente Evo Morales renunciou ao que seria seu quarto mandato e afirma que foi vítima de um golpe de Estado, ação envolvida em um contexto no qual os protestos eram marcados por um humor anti-governo, sendo que o país era capitaneado pela esquerda desde 2003. Dessa forma, o cientista político Maurício Santoro, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro afirma: “Essa ideia de que bastaria colocar a direita ou a esquerda no poder na América Latina e os problemas estariam resolvidos não funciona hoje”.
Questões de vestibulares resolvidas
(FUVEST- 2011)
Em 2008, o candidato do Partido Democrata, Barack Obama, foi eleito presidente dos Estados Unidos da América (EUA). Os gráficos abaixo se referem a uma pesquisa eleitoral realizada no dia das eleições nos estados da Califórnia e do Mississipi.
Com base nesses gráficos e tendo em vista o contexto das eleições de 2008 e as particularidades históricas dos Estados Unidos, considere as seguintes afirmações:
I. Os gráficos relativos ao estado da Califórnia sinalizaram a vitória de Obama com mais de 70% dos votos, obtidos de modo majoritário em todos os segmentos raciais.
II. A eleição de Obama ocorreu em meio a uma profunda crise econômica que exigiu a intervenção do Estado no sistema financeiro do país, alterando as práticas e os discursos liberais cujas premissas vinham se fortalecendo mundialmente desde a década de 1990.
III. Mesmo com a abolição da escravidão, no século XIX, a questão racial continuou a marcar a política dos estados sulistas, que procuraram garantir os privilégios dos brancos por meio de leis de segregação, anuladas somente entre 1964 e 1967, durante o governo de Lyndon Johnson.
Está correto o que se afirma em:
(a) II, apenas.
(b) I e II, apenas.
(c) II e III, apenas.
(d) I e III, apenas.
(e) I, II e III.
I. Incorreta. Seja P a porcentagem de votos. De acordo com os gráficos percentuais, temos:
P = (53%)⋅(63%)+(95%)⋅(10%)+(77%)⋅(18%)+(65%)⋅(6%)+(57%).(3%) = 62,36% < 70%
II. Correta. A crise de 2008 também foi uma crise do neoliberalismo, causada pela falta de regulação do mercado financeiro, resultando em práticas econômicas prejudiciais como o crédito subprime e balancetes falsificados. O governo dos EUA injetou US$ 700 bilhões em 2008 e mais US$ 600 bilhões em 2010, comprou empresas como a Ford e bancos, além de regulamentar determinados setores do mercado.
III. Correta. Em 1964, o presidente Lyndon Johnson, apesar da oposição sulista, assinou o Ato dos Direitos Civis, criminalizando o racismo.
Redatores do Macrotema:
Guilherme Akio, Vitória Benuthe
Redatores das Notícias:
Vitória Benuthe, Sophia Rodrigues, Luiza Krueger
Redatores das Resoluções de Questões:
Sofia Gouveia, Laura Burgos e Rita Valentim
Share this content: