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Biden Fora, Trump Quase: a Corrida Presidencial nos EUA (até agora)

Biden Fora, Trump Quase: a Corrida Presidencial nos EUA (até agora)

Escrito por Lucas Philippini

 

A corrida presidencial nos EUA entra em um ponto de inflexão no mínimo inesperado. O cenário eleitoral desenhado até algumas semanas atrás, em que se previa seguramente uma repetição das eleições de 2020, agora entra em um terreno cada vez mais incerto, com uma tentativa de assassinato ao candidato republicano, Donald Trump, e a desistência de Joe Biden à reeleição, bagunçando o xadrez político a apenas pouco mais de três meses da abertura das urnas.

2020 2.0?

Em janeiro, 67% dos eleitores norte-americanos afirmaram em uma pesquisa conduzida pela Reuters/Ipsos que estavam “cansados dos mesmos candidatos e [que] queriam alguém novo”.

Mas naquele mês, Trump infringia amargas derrotas aos seus desafiantes nas primárias republicanas, pavimentando o caminho para a sua terceira nomeação consecutiva à presidência em março. Biden, eleito presidente em 2020 depois de uma congestionada disputa pela cabeça de chapa do Partido Democrata, não encontrou nenhuma oposição significativa dessa vez, obtendo amplo apoio de seus correligionários para disputar a reeleição.

A corrida eleitoral nos EUA, à revelia de grande parte dos eleitores, tomava contornos de um déjà vu conforme se encaminhava para uma reprise (às avessas) do pleito de 2020 – à época, o mandatário era Donald Trump e o contestador, o ex-vice-presidente de Obama, Joe Biden.

Em um sistema bipartidário como o americano, as opções competitivas que o eleitorado tem à disposição são justamente os nomes escolhidos pelas duas principais agremiações partidárias, com candidatos alternativos raramente obtendo êxito nas votações – e nesse ano nada indicava que seria diferente, considerando um contexto político altamente polarizado em torno da figura do ex-presidente Trump, contra quem Biden se posicionava como alternativa mais óbvia. A mesma pesquisa citada acima, por exemplo, revelava que apenas 18% se mostravam dispostos a abrir mão de votar em Trump ou Biden caso ambos estivessem, de novo, no ticket presidencial esse ano.

Dentro dos partidos, a escolha pelos dois para representá-los bastante previsível. Tem-se por costume apoiar o presidente em exercício em sua busca pela reeleição, e os democratas, à exceção de críticas pontuais, em especial movidas por discordâncias em relação a sua postura no conflito em Gaza, mantiveram-se fiéis à tradição. Potenciais opositores decidiram não desafiar o presidente para manter a unidade no partido e apostaram em uma repetição da derrota que Biden infringiu ao então presidente Donald Trump em 2020.

Por sua vez, Trump garantiu uma vitória contundente ao somar o capital político que possui por ter sido o último republicano a ocupar o Salão Oval ao fato irreconciliável de suas ideias (que se confundem com sua persona) terem, efetivamente, tomado de assalto as fileiras e a base eleitoral do Partido Republicano, saindo das margens, em 2016, para uma posição praticamente hegemônica dentro do campo da direita estadunidense poucos anos depois.

Com isso, os Estados Unidos se encaminhavam para aquele que seria o primeiro rematch de uma eleição presidencial desde os anos 1950.

O debate (e o debacle de Biden)

Em 27 de junho, os dois homens à busca de um segundo mandato à frente da nação mais poderosa do mundo performaram seu primeiro debate em quatro anos. Mas seu impacto na disputa foi certamente maior do que na última vez.

First Presidential Debate 2024: Everything You Need to Know | Teen Vogue
O contraste entre a performance abatida de Biden e o desempenho energético de Trump foi o início do fim da campanha do democrata. Brendan Watson (Getty Images)

Em contraste ao caótico debate final de 2020, marcado pelas inúmeras interrupções do republicano ao democrata e pela audiência barulhenta, esse primeiro encontro teve os microfones dos candidatos que não estivessem falando cortados e tampouco contou com uma plateia.

Com isso, o debate era a primeira oportunidade de os postulantes ao cargo de chefe do executivo americano articularem de forma concisa suas plataformas políticas, defenderem seus legados como presidentes e atacarem o adversário em meio a uma competição extremamente acirrada. De acordo com o agregado de pesquisas da The Economist, a diferença entre Trump e Biden naquela noite era de um ponto percentual, com o republicano a 45% e o democrata a 44% das intenções de votos.

Trump chegou ao palco tendo como pontos eleitoralmente fortes a economia e a imigração. Em um estudo da Gallup do começo de julho, 54% dos respondentes acreditavam que ele faria uma boa gestão da economia, enquanto 40% diziam o mesmo de Biden. Paralelamente, 52% se mostravam favoráveis à política de imigração do ex-presidente, contra 35% do atual presidente. Trump, então, escolheu concentrar seus ataques ao seu sucessor nesses dois eixos.

Por sua vez, Biden era favorecido por suas posições mais liberais em relação ao acesso ao aborto e à saúde universal. De acordo com analistas políticos, o presidente teria, ainda, a oportunidade de apresentar suas conquistas nos últimos quatro anos, desde o apoio à Ucrânia à melhora nos indicadores econômicos, e de atacar seu adversário pelos processos que correm contra ele na justiça – como sua participação no 6 de janeiro. Mas, igualmente, tinha a responsabilidade de desempenhar uma performance sólida o suficiente que fosse capaz de silenciar as crescentes críticas a sua idade e de diminuir sua diferença para Trump nas pesquisas de opinião.

No entanto, o contraste com seu antecessor não poderia ser maior: o presidente, de 81 anos, que se recuperava de um resfriado, mostrava-se boquiaberto, tinha uma voz rouca e apresentava um olhar distante, gaguejando constantemente e trocando números. Em determinado momento, perdeu o raciocínio e congelou. Em outro, articulou seu pensamento de forma tão incoerente que Trump disse que “nem [Biden] sabia o que estava falando”. Já o ex-presidente, apenas três anos mais novo, mostrava-se muito mais energético e articulado em comparação, mesmo incorrendo em falas controversas e inverídicas nas suas inserções.

Como resultado, 2/3 daqueles que assistiram à transmissão disseram que Trump saiu vencedor.

Assim, a discrepância entre a performance dos dois candidatos produziram consequências políticas palpáveis e imediatas – pouco bem-vindas para o campo democrata nesse estágio da disputada corrida presidencial.

It’s Joever

O que se observou ao longo dos 90 minutos do primeiro debate televisionado espalhou pânico dentro do Partido Democrata e levantou críticas da imprensa e de sua própria base.

Para a CNN, Biden teve um desempenho “desastroso”. A The Economist não poupou palavras ao chamá-lo de “catastrófico” e caracterizou o debate como o “pior da história”. Nos dias seguintes, a capa da sua revista estampava a imagem de um andador com o selo presidencial – em ataque ao aparente declínio das faculdades físicas e mentais do presidente -, juntando-se a um coro de editoriais, dentre os quais se destacaram os do The New York Times e do Washington Post, que endossavam Biden, mas que passaram a pedir que ele desistisse da reeleição e que abrisse caminho para outro nome mais apto e com maiores chances de derrotar Trump nas urnas.

This week's covers | Jul 6th 2024 Edition
A capa da The Economist estampa um andador com o selo presidencial. A revista se junta aos editoriais do NYTimes e do Washington Post para pedir a Biden que desista da reeleição. (The Economist)

Quadros de peso no Partido Democrata foram rápidos em assegurar seu apoio a Biden: a presidente emérita da Câmara, Nancy Pelosi, disse que a sua performance “não foi boa”, mas superior a Trump em “valores”, enquanto a vice-presidente Harris disse que a eleição de novembro não seria decidida por apenas “uma noite de junho”. Mas alguns democratas, que entenderam-na não como um ponto isolado, mas como mais um sintoma da piora do quadro do presidente, não tardaram em tornar públicas as suas preocupações quanto à elegibilidade do mandatário, pedindo que ele reconsiderasse continuar a campanha de reeleição.

Até então, grande parte das críticas ao desempenho de Biden advinham da oposição, com Trump brincando regularmente com a suposta senilidade do seu adversário ao apelidá-lo de “Sleepy Joe” – livremente traduzido como “Joe sonolento” -, mas desde a noite do debate elas tinham se tornado cada vez mais vocais entre apoiadores. Uma pesquisa do meio de julho mostrava que 2 em cada 3 eleitores registrados como democratas defendiam que Biden deveria desistir da corrida, com muitos citando a idade como motivo de preocupação.

Gafes posteriores do presidente pouco ajudaram a acalmar os ânimos da sua base. Em 11 de julho, durante a cúpula da OTAN em Washington, chamou Volodymyr Zelensky de “presidente Putin”. No mesmo dia, em uma coletiva de imprensa, trocou o nome da sua vice-presidente pelo de Trump.

O futuro da candidatura de Biden e a questão da sua substituição na disputa à presidência dominavam as manchetes da imprensa norte-americana desde o consequencial debate – até serem temporariamente eclipsadas por um episódio ainda mais dramático.

O atentado a Trump

Em 13 de julho, o impensável quase aconteceu. Enquanto discursava para apoiadores em um comício na pequena e (até então) pacata cidade de Butler, no estado da Pensilvânia, o ex-presidente Donald Trump foi alvo de um atentado que, por milímetros, quase lhe tirou a vida.

Menos de dez minutos depois de subir ao palco, o candidato estava bem no meio de sua fala: com o icônico chapéu vermelho na cabeça, ele se vira à direta para apontar a um quadro com dados sobre a imigração – quando, repentinamente, ouvem-se disparos. Trump leva a mão a orelha e se abaixa. Num piscar de olhos, agentes do serviço secreto correm para protegê-lo.

Com o atirador já identificado e neutralizado, Trump, agora visto ferido por um tiro na orelha direita, pode ser escoltado para fora do palco; mas não antes de, flanqueado por agentes e a frente de uma gigantesca bandeira americana, levantar o punho cerrado aos céus e gritar “lute, lute, lute”. O momento, registrado pelas câmeras de televisão, foi imortalizado pelas lentes do fotógrafo Evan Vucci, em uma imagem (em destaque neste artigo) que, certamente, é definidora da e para a eleição de 2024.

Trump's raised fist in defiance: How the assassination attempt on him unfolded - ABC News
Segundos depois de ser atingido por uma bala que quase lhe custou a vida, Trump, rodeado por agentes do serviço secreto, levanta o punho cerrado e grita para a audiência: “lute, lute, lute”. Evan Vucci (AP)

Especialistas dizem que, não fosse a virada de corpo que o candidato deu naquele instante, o tiro, disparado a 150m de distância por um Matthew Crooks, teria perfurado seu crânio e o levado a óbito. Nesse instante, o FBI conduz a investigação do incidente, com muitas dúvidas ainda a serem respondidas, especialmente sobre a grotesca falha de segurança. E enquanto ainda não se sabe as motivações que levaram o jovem de 20 anos a efetuar o disparo, o episódio está sendo enquadrado em mais um caso de violência política nos EUA.

Apesar de atentados motivados ideologicamente não serem novidade – quatro presidentes norte-americanos em exercício foram fatalmente vitimados em diferentes circunstâncias, com o último e talvez mais memorável sendo o assassinato do presidente Kennedy em 1963 -, esse é um sintoma preocupante do recente acirramento dos ânimos na esfera pública daquele país.

Biden chamou a tentativa de assassinato ao seu rival de “doentia” e, falando à nação no dia seguinte, pediu que se abaixasse a temperatura do debate político, condenando o uso da violência. Outros líderes, democratas e republicanos, replicaram o tom, com líderes mundiais se solidarizando com o ex-presidente. No entanto, alguns apoiadores de Trump não tardaram em responsabilizar “o outro lado” pelo ocorrido, mobilizando politicamente o incidente a seu favor e incorrendo em teorias conspiratórias incendiárias.

Trump fica. Biden sai. Harris entra.

Com a comoção que se sucedeu ao atentado, a campanha de Biden suspendeu os ataques a Donald Trump – outro revés em um momento politicamente crítico para o bloco democrata. Mesmo a cobertura da imprensa, que deixou em segundo plano a disputa em torno da substituição de Joe Biden na corrida presidencial, acabou indiretamente favorecendo o republicano, com horas de programação praticamente ininterruptas sobre um ex-presidente quase fatalmente vitimado.

A demonstração de força orquestrada por Trump após ser atingido teve, ainda, um duplo efeito: de um lado, inflamou a sua base, que se mostra cada vez mais resoluta a apoiá-lo – com alguns entendendo o feito até como um “milagre” -, e, de outro, estabeleceu um forte contraste com a fragilidade que seu adversário parece dispor em suas últimas aparições públicas.

Isso só se confirmou na Convenção Nacional Republicana da semana passada, quando Trump galvanizou o apoio do partido, incluindo de ex-rivais, em torno da sua nomeação à Casa Branca e de J.D. Vance como seu candidato a vice.

Com a poeira abaixando, as atenções se voltaram ao Partido Democrata e às pressões sobre Biden para sair da corrida. Fontes na imprensa relatavam que aliados, como os líderes na Câmara e no Senado, o ex-presidente Barack Obama e o senador Bernie Sanders, agora pediam, de forma privada, que Biden “passasse a tocha” a alguém que estivesse em uma posição melhor de impedir o retorno de Trump ao Salão Oval e mesmo de não perder o controle do congresso aos republicanos.

Biden says Kamala Harris is not only a great VP, she ‘could be president’ in NAACP speech
Sem precedentes em décadas, a desistência de Biden abre caminho para a nomeação de Kamala Harris à presidência dos EUA. Elizabeth Frantz (Reuters)

Mas depois de muita resistência nas últimas semanas (chegando a dizer que “apenas Deus todo poderoso” o faria desistir), o presidente finalmente cedeu. Na manhã do domingo, 21 de julho, em uma carta publicada em suas redes sociais a partir de sua casa em Delaware, onde se recupera de COVID-19, Joe Biden anunciou que estava abrindo mão de disputar a reeleição. Declarou, ainda, apoio à sua vice-presidente e até então companheira de chapa, Kamala Harris. O anúncio surpreendeu até assessores próximos e colocou um fim traumatizante e inesperado a uma vida pública de praticamente meio século – em que serviu como senador, vice-presidente e presidente.

É a primeira vez que um presidente desiste de buscar um segundo mandato desde 1968, quando outro democrata, Lyndon Johnson, enfrentando sua própria crise de popularidade, pela condução da guerra no Vietnã, e preocupações com a saúde, decidiu encerrar sua participação na eleição em um longo e memorável discurso televisionado.

E agora?

Ao contrário de Johnson, que abandonou a campanha voluntariamente em março, dando tempo suficiente ao seu partido para erguer uma candidatura competitiva naquela eleição presidencial, a saída forçada de Biden a 106 dias da eleição é motivo de preocupação entre os democratas hoje – mas menos que se ele continuasse na corrida.

A Convenção Nacional Democrata, evento no qual o partido lança oficialmente o seu candidato a presidente, está para ocorrer já no próximo mês. Nela, o esperado é que, de modo a recuperar o tempo perdido e dirimir o desgaste das últimas semanas, os delegados que Biden conseguiu nas primárias consolidem seu apoio em torno da herdeira natural do bastão, Kamala Harris.

Nas últimas horas, todos os seus potenciais desafiantes, como a governadora do Michigan, Gretchen Whitmer, e figuras de destaque no partido, da velha e nova guarda, como os Clinton e a congressista Alexandria Ocasio-Cortez, declararam apoio a ela, abrindo caminho para uma vitória quase certa na convenção.

Se confirmada, Harris será a primeira mulher negra e asiático-americana a encabeçar uma candidatura presidencial por um grande partido nos Estados Unidos, tendo amplo apelo entre grupos minoritários- um ativo que pode ser decisivo na eleição. Com 59 anos, pode, agora, usar a questão da idade contra o quase octogenário Donald Trump.

Mas ela terá um grande desafio em mãos: ultrapassar o seu adversário nas pesquisas. Apesar de ligeiramente melhor posicionada para enfrentá-lo, desde o debate e com o atentado, a liderança de Trump sobre Biden saiu de um para três pontos percentuais, na média, com a CNN o colocando à frente em todos os 14 estados que considera competitivos para a disputa, o que daria ao republicano uma confortável margem de vitória no colégio eleitoral.

Por isso, as escolhas tomadas nas próximas semanas serão cruciais e devem ser acompanhadas de perto, especialmente se seu companheiro de chapa será alguém que possa ajudar a conquistar o eleitorado pouco mobilizado ou indeciso, principalmente nos estados-chave – de modo a construir momento e reverter a tendência de uma vitória acachapante dos republicanos em novembro.

Se até junho, 2024 parecia uma outra dose de 2020, as reviravoltas inimagináveis das últimas semanas nos forçam a voltar no tempo e buscar nos conturbados anos 60 algum paralelo, por menor que ele seja. Encerro dizendo que se essa eleição nos serve de algo é que nos lembra que se há uma constante na política é que ela é permanentemente inconstante.

Referências

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  • Lucas Andrade Philippini

    Graduando em Relações Internacionais pela Universidade de São Paulo (IRI-USP) e membro do Núcleo de Comunicação do LAI desde 2023. Escrevo artigos focados nas áreas de política e segurança internacional.