Por Eduardo Ortiz e Nicole Dutra
Inflação, PIB e taxa de juros. Conceitos como esses estão presentes na grandíssima maioria dos artigos e notícias publicados hoje em dia, tanto a respeito do Brasil, quanto do cenário internacional. A economia tornou-se uma esfera da sociedade moderna cada vez mais integrada às outras e, portanto, estudada e documentada diante de fenômenos diversos não necessariamente econômicos ou financeiros. Emmanuel Macron anunciou a dissolução do parlamento francês? Os investimentos na bolsa nacional caíram. É então cada vez mais demandante que compreendam-se conceitos básicos da ciência em questão como os citados acima, para que haja um entendimento completo de eventos retratados nos noticiários em nosso cotidiano. Este será o principal foco deste artigo.
Inflação
De todos os principais conceitos da chamada macroeconomia, a inflação provavelmente é a causa de maior confusão para o público geral. É a justificativa do porquê o governo não pode deliberadamente imprimir dinheiro, para resolver as crises. A inflação nada mais é do que o aumento generalizado dos preços de bens e serviços.
Ela pode ser medida de várias maneiras, sendo a mais comum o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que calcula a variação de preços de uma cesta de bens e serviços representativa do consumo das famílias. Outro índice importante é o Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede a variação dos preços de bens na porta das fábricas e pode prever tendências futuras da inflação ao consumidor.
PIB
O PIB (Produto Interno Bruto) é a medida mais aceita para o estudo da renda de países. Nada mais é do que a soma dos preços de todos os bens e serviços finais oferecidos pelo país no intervalo de tempo de um ano. Há também a variação per capita do PIB, que consiste no valor total dividido pela população, medindo quanto caberia da produção a cada indivíduo. Ou seja, a ideia de que o PIB seja a riqueza, ou uma espécie de tesouro nacional de cada governo, é equivocada. Ele representa o fluxo produtivo e atividade econômica de um país, e por isso, trata-se apenas de um indicador síntese, não expressando fatores importantes como a distribuição de riquezas, qualidade de vida, educação, saúde, etc. Um país pode apresentar um PIB muito alto, mas padrão de vida baixo, assim como o inverso também é verdade.
Existem diferentes abordagens para calcular o PIB: pelo lado da produção, que soma o valor adicionado em cada etapa de produção de bens e serviços; pelo lado da demanda, que soma o consumo das famílias, investimentos, gastos do governo e exportações líquidas (exportações menos importações); e pelo lado da renda, que soma os rendimentos obtidos pelos fatores de produção, como salários e lucros. Cada abordagem oferece uma perspectiva única sobre a economia de um país e suas dinâmicas internas.
Taxa de Juros
Outra incógnita econômica ao público geral é, certamente, a taxa de juros, e porque tanto se fala dela. Essencialmente, os juros são qualquer valor adicionado ao preço de algum bem ou serviço (principalmente, empréstimos) quando ele é financiado ou parcelado. E todo e qualquer juro presente no mercado, seja de empréstimos, financiamentos ou investimentos, é derivado de uma taxa básica, definida pelo Banco Central, chamada Taxa Selic, que nada mais é que o valor adicional incluso em títulos de dívida, ou seja, os juros pagos pelo governo para quem lhe empresta dinheiro. É dividida em duas modalidades: a meta da Selic e a Selic Over. A meta da Selic é estabelecida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, e a Selic Over é a taxa efetiva praticada no mercado de empréstimos diários entre instituições financeiras.
A relevância dessa taxa reside então em sua utilidade pelo Estado, que reside tanto na sua capacidade arrecadadora para o governo, mas principalmente como reguladora do mercado. Afinal, quando o governo eleva essa taxa, haverá menor estímulo para gastar o dinheiro, e maior estímulo para investí-lo/emprestá-lo, sendo assim uma forte arma para combater a inflação. Da mesma forma, o contrário também é verdade: uma taxa de juros mais baixa estimula a produção em detrimento da proteção do dinheiro, servindo como ferramenta para aquecer uma economia estagnada.
Além disso, a taxa de juros é capaz de influenciar a taxa de câmbio, uma vez que taxas mais altas podem atrair investimentos estrangeiros, valorizando a moeda nacional, enquanto taxas mais baixas podem levar à depreciação da moeda nacional.
Referências
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MARTELLO, Alexandro. ‘Focus’: mercado financeiro eleva estimativa de inflação e vê crescimento maior do PIB em 2024. G1, Brasília, 10 jun. 2024. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2024/06/10/focus-mercado-financeiro-eleva-estimativa-de-inflacao-e-ve-crescimento-maior-do-pib-em-2024.ghtml. Acesso em: 11 jun. 2024.
MAIS RETORNO. Inflação de Demanda – O que é, conceito e mais. Disponível em: https://maisretorno.com/portal/termos/i/inflacao-de-demanda. Acesso em: 11 jun. 2024.
MAIS RETORNO. Inflação Inercial: saiba o que é e como funciona. Disponível em: https://maisretorno.com/portal/termos/i/inflacao-inercial. Acesso em: 11 jun. 2024.
Portal Economia. Como a taxa de juros e inflação se relacionam na economia. Disponível em: https://portaleconomia.com.br/relacao-entre-juros-e-inflacao/. Acesso em: 11 jun. 2024.
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