#OLHARINTERNACIONAL: UMA ANATOMIA DAS PASO 2023
Escrito por: Lucas Philippini
Edição por: Ju Brito
“A Argentina entra em território desconhecido”. Foi assim que o jornal espanhol El País se manifestou frente aos resultados que apontavam para a vitória, até então improvável, do libertário Javier Milei, candidato à presidência argentina, nas primárias eleitorais – as PASO – do penúltimo domingo, 13 de Agosto, que desbancou a oposição tradicional e relegou a coalizão governista à amarga terceira posição pela primeira vez desde a redemocratização.
Primeiro, o que são as PASO?
Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias, as PASO são prévias eleitorais mandatórias na Argentina desde que foram instituídas em 2011. Elas contam com a participação de todos os partidos políticos e, além de definir os seus candidatos à presidência da república, governador da Província de Buenos Aires e chefe de governo da cidade de Buenos Aires, operam como um termômetro para as eleições de outubro.
Em 2019, por exemplo, as prévias foram capazes de mostrar com antecedência a migração de votos para a coalizão peronista Frente de Todos (FdT), que conduziria Alberto Fernández e Cristina Fernández de Kirchner ao executivo federal. Por outro lado, em 2015, não previram a vitória de Mauricio Macri e de sua coalizão Cambiemos nas eleições gerais em outubro daquele ano.
As PASO foram especialmente importantes esse ano para definir os candidatos das principais agremiações partidárias governistas e opositoras, uma vez que os partidos políticos argentinos tendem a se organizar em amplas e nem sempre ideologicamente coesas coalizões eleitorais.
Nada Massa: a agonia do oficialismo
A coalizão governista Unión por La Patria (UP) lançou, em 23 de junho, Sergio Tomás Massa como candidato do oficialismo à presidência. O atual detentor do cargo, Alberto Fernández, poderia tentar a reeleição, mas abriu mão de disputar as internas através de um vídeo publicado em suas redes sociais, em abril de 2023. Na gravação, intitulada “Mi decisíon”, Fernández disse que seria um gesto para “democratizar o espaço” – referindo-se à coalizão governista que então se chamava “Frente de Todos” – e aproveitou para defender a sua condução do país ao longo dos últimos anos; terceirizou a culpa e apontou para a pandemia, a guerra na Ucrânia, a seca e ao governo do ex-presidente Mauricio Macri como motivos suficientes para justificar o fracasso econômico de sua administração.
No entanto, como reportavam os jornais La Nacion e El País naquele dia, a realidade era que a vice-presidente, Cristina Fernández de Kirchner (CFK) – ex-chefe, madrinha política, nome forte do governo e líder do movimento de raízes peronistas que carrega seu nome, o kirchnerismo – havia rompido com Alberto e, nem ela, nem a Cámpora – braço juvenil kirchnerista – o apoiariam.
Mas, talvez, os números tenham falado mais alto. Certamente não é de hoje que os mais de 40 milhões de argentinos lutam contra a estagnação econômica e a inflação – 60% deles a consideram o maior problema do país, de acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de San Andrés em abril, e números semelhantes podem ser encontrados em pesquisas feitas nos governos anteriores -, no entanto, sete em cada dez argentinos consideram que a vida piorou nos últimos 4 anos. 80% reprovam o governo de Alberto Fernández, com 90% reprovando especificamente a política econômica.
Conforme dados divulgados pelo Banco Central da Argentina antes das PASO, o peso havia perdido 40% do seu valor desde janeiro, a inflação era a maior em 32 anos – 115% -, a emissão de papel moeda crescia em ritmo acelerado e 4 em cada 10 argentinos estavam abaixo da linha da pobreza, apesar de queda nos níveis de desemprego e aumento considerável no consumo. A opção pela reeleição pareceu pouco atrativa a Fernández.
Com Cristina também se colocando fora da disputa, a aposta do oficialismo foi no nome do atual ministro da economia, Sergio Massa.
Massa, filho de imigrantes italianos, tem longa e dramática trajetória política. Na juventude, filiou-se ao UCD – partido liberal-conservador – e foi um dos proponentes para que se fundisse ao Partido Justicialista (PJ) do então presidente Carlos Menem e da atual vice-presidente Cristina Fernández de Kirchner. Desde então, como um dos membros mais moderados do PJ, foi deputado e ocupou, por um ano, a chefia de gabinete de CFK.
Em 2010, um ano após deixar o cargo, documentos vazados pelo Wikileaks revelavam que, em um jantar oferecido pela embaixada dos EUA, Massa teceu duras críticas a Néstor Kirchner – marido de Cristina e seu antecessor na Casa Rosada -, alcunhando-o de “psicopata” e dizendo que, enquanto presidente, CFK apenas “seguia suas ordens”.
A relação com os Kirchner se deteriorou ainda mais depois que fundou o seu próprio partido, a Frente Renovadora (FR), em 2013, para fazer, de acordo com ele, o “peronismo do século XXI”. À testa do FR, Massa lançou candidatura própria nas eleições presidenciais de 2017, apresentando-se como uma alternativa viável ao PJ. Criticou abertamente o kirchnerismo – de quem procurava se distanciar – por diversas vezes durante a campanha: “Comigo acaba a era ‘K’.” e bravejando que deteria Cristina caso “reaparecesse” na cena política nacional.
Massa, então, deu meia-volta e reatou com Cristina seguindo a adesão do seu partido à coalizão vencedora “Frente de Todos”, encabeçada por Alberto Fernández, nas eleições de 2019. Foi eleito deputado e escolhido presidente da Câmara Federal argentina. Mas, em 2022, procurando um nome mais moderado para conduzir a economia, o presidente elevou Massa ao cargo de “superministro” de uma pasta que engloba Economia, Desenvolvimento Produtivo e Agricultura, Pecuária e Pesca.
De acordo com matéria da Folha de São Paulo, o perfil conciliador de Massa e sua relativa autonomia dentro do governo o colocavam a distância segura de Cristina e de setores mais progressistas, características que poderiam atrair eleitores de centro caso enfrente um candidato mais à direita nas eleições gerais, mesmo tendo a imagem manchada pela associação ao nada invejável cenário econômico do país.
No entanto, o desempenho de Massa foi aquém do esperado para um candidato com a máquina do governo federal nas mãos. O candidato oficialista pontuou 21,4% que, somados aos menos de 6% do seu rival de prévias, Juan Grabois, preferido de Cristina por seu perfil mais à esquerda, dão ao Union por La Patria meros 27,27% do eleitorado, perdendo 20 pontos percentuais em relação a 2019 – a pior performance do peronismo desde o fim da Ditadura Militar.
A mea-culpa pelo fiasco veio por parte da porta-voz da Casa Rosada, Gabriela Cerruti, que pediu perdão aos argentinos uma vez divulgados os resultados das PASO. Disse, ainda: “Vimos, entendemos, compreendemos e vamos seguir tentando compreender as razões de um voto” reiterando que “uma quantidade importante de cidadãos decidiram expressar sua raiva, nojo, frustração e crítica”.
Juntos por el Cambio (pero no mucho)
A coalizão oposicionista Juntos por el Cambio (JxC) esperava ser a força capaz de galvanizar esses sentimentos do eleitorado e capitalizar em cima da reprovação recorde do governo de Alberto Fernández. Não conseguiram. Somando-se os votos de Patricia Bullrich e Horacio Larreta, não mais que 28,27% dos argentinos depositaram sua confiança na oposição tradicional – 1% a mais do que o governo. Por outro lado, o mero fato de se manterem de pé ao final das PASO já é uma vitória.
A heterogênea coalizão Juntos por el Cambio foi criada pelo ex-presidente Mauricio Macri no âmbito da sua fracassada tentativa de reeleição em 2019, reunindo elementos da direita liberal, como o Proposta Republicana (PRO) – partido criado por Macri -, a UCR – partido tradicional da classe média argentina – além de partidos sociais-democratas, conservadores, centristas e até peronistas que constituíam sua base no congresso. A JxC constitui, desde então, o contraponto estabelecido ao kirchnerismo.
Semelhante ao que fez Alberto Fernández, o ex-mandatário abriu mão da possibilidade de retornar à Casa Rosada em março desse ano, deixando o campo eleitoral do JxC livre para outros postulantes. Assim, ao contrário do La Libertad Avanza de Javier Milei, a coalizão dividiu suas forças e lançou dois pré-candidatos à presidência que seriam submetidos ao escrutínio popular nas PASO: a ex-ministra de Segurança da gestão Macri, Patricia Bullrich, e o chefe de governo de Buenos Aires, Horacio Rodrigues Larreta.
Apesar de ambos serem filiados ao PRO, carregam divergências políticas e de personalidade profundas o suficiente para expor, ao longo da campanha, o racha interno que tomou conta da coligação. Como aponta o jornal La Nacion, Bullrich e Larreta apresentam um “duelo de estilos”, e “acenam a diferentes receitas para impulsionar reformas estruturais”.
O economista e cofundador do PRO, Horacio Rodriguez Larreta, de 57 anos, é, atualmente, chefe de governo – o equivalente a prefeito – da Cidade Autônoma de Buenos Aires (CABA). Larreta é conhecido por seu perfil mais moderado e pragmático. Durante a pandemia, por exemplo, cultivou boas relações com o executivo federal e, durante a campanha, buscou dialogar com nomes ligados ao peronismo em uma tentativa de “ampliar a coalizão para fazer frente ao kirchnerismo” e garantir maioria no congresso para passar reformas estruturantes em um eventual governo. Larreta, que sucedeu Macri na chefia de governo de Buenos Aires, não se esquivou de criticar o modelo “macrista” de governo – pautado pelo purismo ideológico – adjetivando-o de “fracasso”.
Em defesa do ex-presidente, Patricia “Pato” Bullrich, de 67 anos, sua ex-ministra de Segurança, chamou Larreta de “aproveitador e oportunista”. Militante peronista na juventude e cunhada de Rodolfo Galimberti, líder dos Montoneros – um grupo armado peronista de extrema-esquerda -, foi presa e se exilou no Brasil durante o período da ditadura militar. Voltando ao país, integrou o Partido Justicialista e foi abandonando o peronismo até fundar o Unión por La Libertad, um partido liberal-conservador. Apesar do passado peronista, Bullrich tem sido um dos nomes fortes dentro do PRO desde sua filiação em 2018 e, mais recentemente, tem recebido apoio informal do ex-chefe na sua campanha.
Em seu spot publicitário, Patricia expõe um perfil mais assertivo que o de Larreta: “É tudo ou não é nada […] chegou o momento de gerar grandes mudanças estruturais e fazer o que nunca foi feito”, que deve ser acompanhado de um “choque de ordem” capaz de fazer frente ao narcotráfico e, inclusive, de frear os piqueteiros – manifestantes de rua associados ao peronismo de esquerda.
Em termos políticos do JxC, Bullrich é a maior expoente dos “halcones” – falcões, em português, por referência às agressivas e certeiras aves de rapina e que se opõem a qualquer possibilidade de diálogo com setores peronistas-kirchneristas -, os quais contrapõem às “palomas” (pombas), tidas como conciliatórias e dadas ao diálogo, como Horacio Rodriguez Larreta.
Com quase 17% do eleitorado, Patricia venceu as prévias do Juntos por el Cambio, derrotando Larreta e a máquina publicitária da CABA, que tinha à disposição, por quase seis pontos percentuais. Em uma tentativa de assegurar unidade após as internas, os dois acompanharam os resultados das PASO juntos no bunker do JxC, em Buenos Aires. Larreta, então, abraçou e felicitou Bullrich, afirmando que estavam “mais juntos do que nunca”.
O Clarín aponta que estratégia da coalizão é, agora, garantir que os 11% recebidos por Larreta sejam transferidos integralmente a Bullrich, enquanto buscam soluções para tirar votos de Milei e garantir um lugar em um provável segundo turno.
Déjà Vu: o terremoto Milei
A palavra que muitos periódicos argentinos e internacionais escolheram para definir o impacto do surpreendente sucesso eleitoral de Javier Milei nas PASO foi: “terremoto”. A coalizão de lista única encabeçada pelo libertário, La Libertad Avanza, conquistou 30% do eleitorado e foi capaz de canalizar o descontentamento generalizado da sociedade argentina com o sistema político, apresentando-se como uma solução alternativa – mais radical e com senso de urgência – àqueles que, outrora, votariam na oposição tradicional representada pela lista de Juntos por el Câmbio.
“El loco”, como o jornalista Juan Luis González alcunhou Milei em sua biografia, é filho de um motorista de ônibus e de uma dona de casa – o libertário se recusa a tratá-los como “pais”, preferindo “progenitores”. Sua infância em Sáenz Peña, na Grande Buenos Aires, foi dura, com problemas familiares: era constantemente agredido pelo “progenitor”, que o chamava de “louco”. Na adolescência, chegou a integrar a “Everest”, uma banda cover dos Rolling Stones, tentou ser goleiro – seus companheiros de time também se referiam a ele como “louco” – e, apesar de dificuldades financeiras, formou-se em economia e passou a ministrar aulas no ensino superior.
Milei foi consultor financeiro do banco HSBC, de grandes empresários e de quadros ligados ao establishment político argentino – aos quais se apresentaria como um dos maiores críticos algum tempo depois. Em 2017, quando já era um economista estabelecido, lançou um programa de rádio batizado de Demoliendo Mitos, onde passou a se apresentar como um “anarcocapitalista” e atacar ferozmente – inclusive com palavrões – economistas e políticos, a “casta”.
Durante o governo Macri, era convidado por grandes jornais para compor as farándulas: programas televisivos em que economistas, políticos, atores e até jogadores de futebol expõem suas opiniões sobre tudo. O perfil transparente e agressivo de Milei rendeu-lhe reconhecimento nacional, principalmente por não se abster de dirigir insultos a quem julgasse conveniente. Chamou Horacio Larreta de “esquerdista de merda”; o governador peronista de Buenos Aires, Axel Kiciloff de “anão diabólico” e deputados de “parasitas”, “burros”, “chucros” e “sanguessugas”.
Em 2019, entrou oficialmente na cena política com a sua filiação ao Partido Libertário. Dois anos mais tarde, fundou a coalizão La Libertad Avanza, a qual rendeu a Milei 17% dos votos nas eleições legislativas pela Cidade de Buenos Aires. O sucesso de 2021, ampliado em 2023, deve-se, em grande medida, ao perfil de Milei, ao menos é o que aponta o seu biógrafo não-autorizado. Seus discursos “catárticos” contra a classe política traduzem o sentimento de “uma sociedade descrente na política tradicional, fatigada de uma crise econômica que nunca acaba”.
De modo análogo ao que Trump e Bolsonaro performaram nos EUA e no Brasil, respectivamente, Milei se apresenta como um nome à direita que compreendeu perfeitamente o momento delicado de aversão da sociedade à política tradicional – o conhecido sentimento de “antipolítica” – e soube capturá-lo. Bolsonaro chegou mesmo a gravar um vídeo parabenizando-o pela vitória de domingo: “Temos muita coisa em comum […] Nós defendemos a família, a propriedade privada, o livre mercado, a liberdade de expressão, o legítimo direito à defesa e queremos sim ser grandes à altura do nosso território e da nossa população”.
No entanto, apesar de Milei devolver elogios e carregar muito do estilo histriônico e pouco convencional que marcou a trajetória dos ex-presidentes, é preciso diferenciá-los em alguns pontos. Milei, o autointitulado anarcocapitalista, é, certamente, mais “outsider” do que Bolsonaro: nunca ocupou cargos públicos e não tem bom trânsito com grandes partidos políticos, igrejas evangélicas ou com as forças armadas (a Igreja Católica é bem mais influente que as correntes protestantes na Argentina e a esmagadora maioria da população – mais de 80%, de acordo com o Ibarómetro – rejeita a ditadura militar) – mesmo se declarando contra os abusos cometidos no período militar, a sua candidata à vice-presidência, Victoria Villaruel, diz que os números de mortos e desaparecidos são inflados.
O que mais distancia o argentino do brasileiro é, talvez, a pauta de costumes. Apesar de fazer oposição ao movimento que legalizou o aborto na Argentina e se apresentar contrário à “ideologia de gênero”, Milei rejeita o rótulo de conservador, preferindo se definir como um “minarquista” ou “ultraliberal”. Ao canal de televisão TN, mostrou-se favorável à venda de órgãos, disse que não se opunha à união homoafetiva e que, “em um mundo anarcocapitalista”, não veria problema com o consumo de drogas.
Quanto à vida privada, Javier Milei faz declarações e age de forma muito particular: declara-se católico – mesmo não poupando o Papa Francisco de adjetivos como “Jesuíta que promove o comunismo” – enquanto adere ao esoterismo. Tendo poucos amigos, com exceção da irmã, Karina, a “chefe”, o ultraliberal desenvolveu uma relação muito próxima com seu cão, Conan, que morreu em 2017. Milei, então, empreendeu 50 mil dólares para fazer clones do animal nos Estados Unidos. Quando chegaram à Argentina, apelidou-lhes de Murray, Milton, Robert, Lucas – em homenagem a economistas liberais – e Conan – que acredita ser uma reencarnação do animal original. Assim, aproximou-se de Celia Liliana, uma veterinária e “intérprete de espécies”, supostamente capaz de fazer Milei se comunicar com os cães.
As suas propostas políticas e macroeconômicas são consideradas tão heterodoxas quanto. Milei propõe a dolarização da economia argentina e a eliminação do Banco Central, além de outras medidas consideradas “impraticáveis” por economistas entrevistados pela BBC. Diz, ainda, que passaria uma motosserra pelos setores do funcionalismo público, ao menos os que classifica como “inúteis”. Restariam, em um governo Milei, 8 dos atuais 18 ministérios: Economia, Justiça, Segurança, Defesa, Relações Exteriores, Interior, Infraestrutura e Capital Humano – um “superministério” que englobaria, por exemplo, as pastas de Saúde, Educação e Assistência Social.
O inesperado triunfo eleitoral do candidato do La Libertad Avanza gerou instabilidade e levou a uma forte reação dos mercados na segunda-feira, 14 de agosto, o day after das PASO: o dólar fechou a 365 pesos e o dólar blue – o efetivamente transacionado – fechou a 685 pesos, atingindo quase 800 no meio da última semana. Representantes do FMI (Fundo Monetário Internacional), com o qual o Estado argentino possui uma longínqua dívida multibilionária, reuniram-se com as equipes de Milei e Bullrich para assegurar o pagamento da dívida e a adoção de medidas mais ortodoxas como o aprofundamento de políticas de austeridade fiscal.
Resta, por fim, saber se Milei chegará competitivo nas eleições gerais de outubro e, mais importante, se seu eventual governo contaria com apoio no legislativo para passar adiante seus projetos. Ao que tudo indica, o Congresso Nacional, de 257 assentos, e o Senado, de 72, permaneceriam divididos entre o peronismo e o JxC – mesmo com ambos perdendo cadeiras nesse cenário -, mas com a coalizão libertária angariando entre 40 e 50 acentos, de acordo com o Página12. Assim, para o pesquisador Andrés Malamud, os argentinos deveriam olhar ao vizinho Peru para imaginar um governo de Javier Milei. Faltar-lhe-ia “governabilidade democrática”. O libertário, então, teria de romper com o discurso veemente contra a “casta” e se esforçar para compor com os deputados do Juntos por el Cambio – ou, como prefere, Juntos por el Cargo – ou enfrentaria um deadlock quase certeiro no parlamento, que derrubou muitos dos recentes presidentes peruanos, e que paralisaria sua proposta radical para a Argentina.
Referências:
https://edition.cnn.com/2023/08/14/americas/argentina-election-javier-milei-intl/index.html
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cm5j5k15le4o
https://www.lanacion.com.ar/tema/patricia-bullrich-tid48176/
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2023/08/14/o-que-sao-as-paso-as-primarias-argentinas.ghtml
https://www.lanacion.com.ar/lnmas/jony-viale-la-corona-envenenada-nid26062023/
https://udesa.edu.ar/noticias/cuales-son-los-temas-que-mas-preocupan-los-argentinos
https://www.clarin.com/politica/mauricio-macri-fin-populista-_0_5PZ0fde1F7.html
https://piaui.folha.uol.com.br/materia/el-provocador/
https://www.bbc.com/portuguese/articles/c3gzwznlezxo
https://www.bbc.com/portuguese/articles/c512yk8pl8go
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cd1e9z7n3llo#:~:text=Apoiador de políticos como Donald,economia” caso se torne presidente.
https://www.pagina12.com.ar/579297-quienes-serian-los-representantes-de-milei-en-el-congreso-de
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